Porque usar o ultrassom na avaliação e na realização dos procedimentos para dor no sistema locomotor
A decisão de começar a utilizar o ultrassom na prática do dia a dia durante o atendimento de pessoas com algum problema musculoesquelético não é tarefa fácil.
Eu tive pouca experiência anterior com o uso de ultrassom, assim, fico muito assustado, tanto pela necessidade de compreensão de imagens aparentemente não tão claras, quanto pelo manejo do aparelho durante a realização do procedimento.
Na minha visão, os cursos são muito caros e possam ser mais úteis quando houver esclarecimento de algumas dúvidas mais específicas.
Evidentemente, o ultrassom se tornou uma ferramenta cada vez mais popular para a visualização de tecidos moles em todas as áreas da medicina.
Ele oferece uma série de vantagens sobre outras modalidades de imagem, como não precisar de radiação ionizante, poder ser usado na presença de implantes metálicos, não gera nenhum problema com claustrofobia, cria uma certa independência dos laboratórios de imagens, e, principalmente, fornece imagens em tempo real.
Uma outra vantagem interessante para mim, que sou médico fisiatra e médico do esporte, é que o ultrassom permite uma análise dinâmica, ou seja, permite que a estrutura das partes moles seja analisada com o movimento, o que não é possível na grande maioria dos exames de imagem.
Além disso, a avaliação em tempo real do fluxo vascular, através do ultrassom doppler, pode ser bem útil, quando se pensa em uma alteração do fluxo vascular, como diagnóstico diferencial.
Mas, o principal motivo para aquisição de um aparelho de ultrassom é o seu uso para orientação da agulha para muitos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, uma vez que ele permite a visualização, em tempo real, do movimento da agulha em conjunto com o alvo e as estruturas de tecidos moles circundantes.
A partir do momento, no qual o médico conseguir adquirir habilidades de orientação da agulha com ultrassom, ele aumenta em muito a segurança e a precisão dos procedimentos com agulha.
Apesar do custo do equipamento, a portabilidade e o feedback instantâneo dos resultados aumentam muito a satisfação do paciente.
Como com qualquer habilidade, muitas horas de prática são necessárias para desenvolver proficiência.
Um examinador precisa estar familiarizado com a instrumentação e otimização de imagem, bem como com as técnicas de digitalização e ergonomia adequadas.
O reconhecimento da aparência característica do tecido e suas alterações nas condições patológicas é necessário para realizar um bom exame de ultrassom musculoesquelético.
O conhecimento dos artefatos e a minimização de seu impacto na imagem também são necessários.
A incorporação do ultrassom na prática clínica também é um desafio.
É particularmente assustador para os indivíduos que já passaram do seu treinamento formal e na prática estabelecida, como no meu caso.
Apesar da necessidade de conhecimento substancial e inúmeras horas de prática para realizar um ultrassom musculoesquelético eficaz, acredito que os resultados para os nossos podem ser muito recompensadores, por isso, embarquei nessa aventura!
Referência bibliográfica:
Strakowski, JA. Introduction to Musculoskeletal Ultrasound - Getting Started. Demos Medical, New York, 2016.
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